terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Serra fica perplexo com pedido de ministro sobre pichadora da Bienal, diz Mônica Bergamo

12/12/2008 - 09h38

da Folha Online

O pedido do ministro da Cultura, Juca Ferreira, para que o governador de São Paulo ajude a libertar a pichadora Caroline Pivetta da Mota, 24, deixou José Serra (PSDB) perplexo. É o que informa a coluna Mônica Bergamo publicada pela Folha nesta sexta-feira (12) (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Choque/Folha Imagem
Caroline foi presa por pichar áreas da 28ª Bienal de São Paulo; ministro Juca Ferreira pediu, na última terça, a libertação da jovem
Caroline foi presa por pichar áreas da 28ª Bienal de São Paulo; ministro Juca Ferreira pediu, na última terça, a libertação da jovem

"Isso é assunto da Justiça", comentou Serra com quem estava ao lado dele no momento do telefonema, de acordo com a coluna.

Ferreira pediu na última terça-feira (9) a Serra e ao presidente da Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, que agissem imediatamente para tirar a Caroline da Penitenciária Feminina de Santana (zona norte de São Paulo), onde ela está encarcerada desde outubro.

"Se um governador puder soltar, pode começar a mandar prender também!", disse Serra. Ao ministro, o governador afirmou que as coisas não eram "bem assim", mas que, de qualquer forma, pediria informações à Secretaria da Segurança.

A Fundação Bienal, por sua vez, alegou por meio de nota que sua "única responsabilidade, neste caso, foi acionar a polícia e registrar boletim de ocorrência".

O ministro afirmou à Folha Online que "é um escândalo uma pessoa ficar presa esse tempo todo porque fez uma intervenção gráfica".

Caroline foi uma das 40 visitantes que, no dia 26 de outubro, atacou com spray o prédio da Bienal em protesto contra o que ficou conhecido como o "andar vazio". Dependendo do julgamento, pode ficar presa até a próxima Bienal, em 2010. O artigo 62 da Lei de Crimes Ambientais (destruição de patrimônio cultural) prevê pena de um a três anos.

A advogada da gaúcha, Cristiane Sousa Carvalho, diz que Caroline só continua presa por não ter conseguido comprovar residência fixa, tampouco ocupação legal.

Em entrevista de dentro do presídio, a jovem disse que picha "para o povo olhar e não gostar". "A gente não queria estragar as obras, mesmo porque não tinha obra. A obra nós que íamos fazer."

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